O Indicador Antecedente Composto da Economia (Iace) para o Brasil caiu 1,3%, em fevereiro, ao atingir 92,2 pontos. Essa redução ocorre após os recuos de 1,7%, em janeiro, e 0,2%, em dezembro.

O levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), em conjunto com a instituição americana The Conference Board, mostra que o resultado reflete o desempenho do Ibovespa e da produção de bens de consumo duráveis.

 

Em nota, o economista do Ibre/FGV Paulo Picchetti disse que as medidas de ajustes adotadas pelo governo federal e as dificuldades políticas influenciaram o comportamento do mercado, indicando para o curto prazo um enfraquecimento das expectativas de crescimento econômico. No entanto, destacou que as “políticas fiscais e monetárias, tanto as já implementadas quanto as que ainda entrarão em vigor, devem melhorar o crescimento econômico brasileiro no médio a longo prazos”.
 

Ataman Ozyildirim, economista do The Conference Board (TCB), acrescentou que “a taxa de crescimento de seis meses do Iace foi empurrada ainda mais para o território negativo, o que sinaliza que o crescimento econômico [do Brasil] deve entrar em deterioração no curto prazo”.
 

O Indicador Coincidente Composto da Economia (ICCE) do Brasil, também calculado em conjunto pelas duas instituições, mostrou avanço de 0,1% e alcançou 105,3 pontos. Isso, segundo o Ibre/FGV, demonstra perda no ritmo de alta. Em janeiro, houve alta de 0,6%. Em dezembro do ano passado, o indicador recuou 1,5%.
 

Esses indicadores mostram uma tendência realista da economia, e o Iace permite uma comparação direta dos ciclos econômicos do Brasil com os de 11 países e regiões já cobertos pelo TCB: China, Estados Unidos, Zona do Euro, Austrália, França, Alemanha, Japão, México, Coréia, Espanha e Reino Unido.

O indicador leva em consideração oito componentes que medem a atividade econômica no Brasil. Entre eles, a taxa referencial de swaps DI pré-fixada-360 dias; o Ibovespa; o Índice de Termos de Troca e o índice de quantum de exportações, ambos da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex). Os índices de expectativas das sondagens da Indústria; dos Serviços e do consumidor, medidos pelo Ibre/FGV, e o índice de produção de bens de consumo duráveis, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), também integram a base de dados para o cálculo do indicador.
 

 


Fonte: Agência Brasil, 18 de março de 2015