Uma pessoa foi presa e quatro funcionários da Caixa Econômica Federal foram demitidos, após a Polícia Federal (PF) desbaratar ontem um esquema que fraudava contratos de financiamentos de imóveis em três agências bancárias no Rio e deu prejuízo de R$ 102 milhões ao banco.
O preso, considerado o principal operador da organização, não teve o nome revelado e foi detido por porte de arma de uso restrito, e não por causa da fraude. A organização foi alvo da Operação Dolos, deflagrada pela PF ainda de manhã, apreendendo 20 veículos e bloqueando "dezenas" de contas correntes, com o objetivo de reaver parte do dinheiro desviado.
Os R$ 102 milhões correspondem ao valor total de cerca de 100 operações de crédito imobiliário aprovadas pela Caixa de forma irregular, a maioria na Região dos Lagos, litoral norte do Rio. Os suspeitos, que atuavam com a ajuda de empregados do banco, desviavam o dinheiro dos financiamentos, sempre até R$ 1 milhão, usando documentos falsos. Em alguns casos, os imóveis nem sequer existiam.
O esquema funcionou de 2012 a 2014, quando começou a operação da PF, e envolvia todas as etapas da concessão de crédito. "A lógica do esquema era o imóvel de menor valor, ou inexistente, ser avaliado por preço de maior valor", afirmou o delegado Fábio Mota, chefe da Delegacia Fazendária da PF no Rio.
Segundo os investigadores, intermediários de candidatos a mutuários chegavam às agências da Caixa com o pedido de financiamento em nome de pessoas inexistentes (CPF e identidade falsos) ou com dados falsificados.
Fonte: Folha de Londrina, 18 de março de 2015