Policiais militares e da Polícia Legislativa usaram bombas de gás, cassetetes e gás de pimenta ontem (7), durante conflito contra manifestantes em frente ao Congresso Nacional. O tumulto começou quando as delegações de trabalhadores tentaram se aproximar da Chapelaria, uma das entradas da sede do Parlamento, com objetivo de protestar contra a votação do Projeto de Lei 4.330, que legaliza o uso irregular de mão de obra terceirizada – prática condenada por especialistas em direito do trabalho. Rapidamente, outros policiais da Câmara chegaram com bombas de gás lacrimogêneo e atiraram para tudo quanto é lado.

 

 

No final da tarde, os manifestantes começaram a se dispersar e deixar o local. Parte do grupo foi para a entrada do anexo, local que dá acesso às comissões. Por volta das 16h30, os organizadores do movimento retiraram o carro de som da frente do prédio do Parlamento.

 

 

Mais cedo, quando os manifestantes permaneciam em frente ao Congresso, policiais militares faziam barreira para impedir que eles entrassem na Casa Legislativa. As lideranças sindicais que estavam no alto de um carro de som pediam tranquilidade e que evitassem o confronto com os policiais. "Nossa luta é contra os que querem agredir os direitos dos trabalhadores", disse o presidente da CUT, Vagner Freitas, que tentou sem sucesso negociar o ingresso pacífico na Casa para que os ativistas que se deslocaram até Brasília pudesse assistir à sessão da Câmara.

 

 

O texto pode ser votado ainda nesta terça-feira. O governo tenta conseguir o adiamento para que seja apresentado um projeto alternativo.

 

 

Segundo sindicalistas, a ação violenta da polícia diante dos protestos (estimativas vão de 2.500 a 5 mil pessoas) no Congresso foi uma sinalização do que a atual presidência da Casa, sob comando do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pretende dar a manifestações que enfrentem interesses empresariais.

 

 

Além do deputado Vicentinho (PT-SP), dezenas de militantes e sindicalistas foram atingidos pelo gás disparado pelos policiais. Os militantes reagiram como puderam, jogando garrafas de água e o que tivessem nas mãos. Uma multidão cercou os policiais legislativos que, covardemente, correram de volta para o Congresso para chamar a PM.
 

 

 

Depois de muita negociação, o comandante da tropa aceitou fazer um recuo para que o ato contra o 4.330 continuasse pacificamente. Participaram do ato manifestantes da CUT, CTB, NCST e Intersindical.

 

 

 

 

FONTE: Rede Brasil Atual, 08 de abril de 2015