O Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba (Sindimoc) se mostra preocupado com o andamento das negociações com a classe patronal e também com um possível fim da função de cobrador – devido à imposição da tarifa mais cara (R$ 3,30) para o pagamento em dinheiro. Para o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, o transporte coletivo passa por um cenário “frágil” e “turbulento”, que prejudica tanto os usuários quanto os trabalhadores do sistema.
“Infelizmente, nós não vemos entendimento entre os gestores públicos e os empresários. Há um mês da negociação, o Sindicato já lutava para garantir o salário dos funcionários em dia. A expectativa é muito grande, tanto em relação ao reajuste quanto à questão dos cobradores”, explicou o presidente em entrevista ao Jornal Banda B na tarde desta quarta-feira (4).
Amanhã, uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR) entre o Sindimoc e a classe patronal será realizada para que os trabalhadores saibam quais cenários devem esperar para o pagamento deste mês. “Ainda não houve nenhum avanço significativo, mas esperamos que essa reunião traga calma para os motoristas e cobradores, que ainda não sabem se vão receber corretamente nesta sexta-feira ou com atraso. Também veremos se há uma proposta para a categoria por parte dos patrões”, completou Teixeira.
Fim da função do cobrador
Com o anúncio de que o valor da tarifa será R$ 0,15 mais cara para quem for pagar em dinheiro, o Sindimoc está apreensivo com um possível descaso com a função dos cobradores. “Mesmo com o objetivo empresarial de incentivar o uso do cartão, nós pretendemos apoiar a manutenção do emprego dessas pessoas. Do nosso lado, temos uma lei que garante os postos de trabalho para eles nas estações-tubo, terminais e em alguns ônibus”, concluiu o presidente.
Apesar do receio, de acordo com Teixeira, o Sindimoc vai vigiar os próximos rumos do transporte coletivo também na Câmara Municipal de Curitiba, caso essa lei seja alterada. “Os trabalhadores podem ficar tranquilos, porque nós estamos de olho em tudo o que acontece e no que pode prejudicá-los”, concluiu.
Fonte: Banda B.