A vice-presidente dos EUA Kamala Harris tem 45% contra 47% de Donald Trump em pesquisa realizada depois da indicação dos democratas

Com um apoio em massa dos democratas, Kamala Harris prometeu vencer as eleições presidenciais americanas contra Donald Trump, que comparou a “predadores” e “trapaceiros” em discurso nesta segunda-feira, após a desistência de Joe Biden da disputa.

Pesquisa da Morning Consult feita no domingo (21) e na segunda (22) mostra que a vice-presidente é a democrata com melhores chances de bater Donald Trump. O candidato do Partido Republicano Trump aparece com 47% de intenção de voto e Kamala, com 45%. A margem de erro do estudo é de 3 pontos percentuais — o que significa que a intenção de voto em Trump pode estar entre 44% e 50% e a de Kamala entre 42% e 48%.

A indicação da vice-presidente Kamala injetou otimismo na equipe de campanha em Delaware, onde Biden se recupera da Covid-19. “Ouçam-me quando digo que conheço o tipo de Donald Trump”, disse Kamala, em referência à época em que foi procuradora na Califórnia e precisou lidar com “predadores que abusaram de mulheres, fraudadores que enganaram consumidores, trapaceiros que quebraram as regras em benefício próprio”.

“Lutaremos pela liberdade reprodutiva, sabendo que, se Trump tiver a oportunidade, assinará uma proibição do aborto para todos os estados”, ressaltou a democrata, em seu primeiro discurso eleitoral desde que Joe Biden desistiu da disputa.

Democratas apoiaram indicação de Biden

“Vamos ganhar”, afirmou Kamala, que admitiu “uma montanha-russa” de emoções após a desistência do presidente. “Eu amo Joe Biden”, reiterou, horas após ressaltar na Casa Branca que o legado dele “é inigualável na história moderna”. “Ela é a melhor”, disse o presidente americano, durante uma chamada ao vivo antes do discurso de Kamala.

Os democratas parecem ter deixado para trás a crise interna sobre a capacidade física e mental de Biden e passado a olhar para o futuro, a pouco mais de três meses das eleições. O partido prometeu “um processo transparente e ordenado” para substituir Biden, e deve nomear oficialmente seu candidato na convenção de agosto em Chicago.

Kamala é a grande favorita, após receber apoio não apenas de Biden, mas também do ex-presidente Bill Clinton e de sua mulher, Hillary, ex-secretária de Estado, e ainda da ex-presidente da Câmara Nancy Pelosi.

Vários governadores também apoiaram Kamala, alguns deles considerados potenciais concorrentes: Gretchen Whitmer (Michigan), Gavin Newsom (California), Wes Moore (Maryland), Andy Beshear (Kentucky) e J.B. Pritzker (Illinois). Além disso, boa parte dos congressistas democratas, tanto moderados quanto progressistas, como Alexandria OcasioCortez, uniram-se em torno dela.

Segundo a rede de TV CNN, que fez uma contagem por estado, a vice-presidente dos Estados Unidos conta com o apoio suficiente de delegados democratas para ser nomeada candidata à Presidência pelo partido. Para garantir a indicação democrata, Kamala precisa do apoio de pelo menos 1.976 delegados, de um total de quase 4.000, na votação oficial que vai acontecer durante a convenção do Partido Democrata, em 19 de agosto.

A possível candidatura de Kamala injeta otimismo em uma eleição que seria disputada por dois políticos em mais velhos e impopulares entre muitos eleitores. Sua equipe afirma que ela arrecadou um recorde de US$ 81 milhões (R$ 450,3 milhões) em 24 horas apenas com contribuições de pequenos doadores.

Kamala não anunciou uma data para a nomeação nem esclareceu quem escolheria como companheiro de chapa. Se os democratas não chegarem a um acordo, uma convenção aberta a outros candidatos poderia ser realizada em Chicago.

Kamala candidata abala campanha de Trump

A candidatura democrata já estava na corda bamba desde o desempenho desastroso de Biden no debate de junho contra Trump, que saiu mais forte e vive dias de glória após sobreviver a uma tentativa de assassinato e participar de uma convenção republicana em que foi ovacionado.

Do lado republicano, o anúncio afetou a candidatura de Trump, obrigando-o a rever sua estratégia eleitoral, muito focada em apresentar Biden como um homem senil, confuso e desajeitado. Esses argumentos podem se voltar contra o republicano caso ele enfrente Kamala Harris, quase 20 anos mais jovem.

O nervosismo é palpável, apesar de pesquisas recentes darem a Trump uma estreita vantagem sobre Harris (48% das intenções de voto contra 46%). O senador J. D. Vance, companheiro de chapa de Trump, denunciou nesta segunda um processo “antidemocrático” para derrubar Biden, que seria tecido secretamente por uma elite sob a influência de Obama e do financista George Soros.

* Com AFP

 

ICL NOTÍCIAS

https://iclnoticias.com.br/pesquisa-aponta-trump-e-kamala-empatados/