Nesta semana, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central se reúne para decidir a taxa básica de juros. No mercado, a expectativa majoritária é de aumento de 10,50% para 10,75% da Selic.

Assim, o BC, sob Roberto Campos Neto, guindado à presidência da autoridade monetária na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mantém a política o contracionista que mina a economia em franca ascensão, e drena os recursos dos assalariados para os endinheirados.

O crescimento de 1,4% do PIB, divulgado em 3 de setembro, consolidou a percepção de atividade aquecida e de necessidade de alta nos juros, na visão neoliberal, da maioria dos membros da diretoria da autoridade monetária.

Os economistas projetam agora que o IPCA avance a 4,35% em 2024. No relatório da semana passada, a expectativa era de que o índice terminasse o ano com alta de 4,30%. Para 2025, a expectativa também sofreu mudança, passando de 3,92% para 3,95%.

Esta vai ser a primeira reunião do Copom após a indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do BC. De acordo com Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, Galípolo será sabatinado pelo plenário da Casa dia 8 de outubro.

Menor patamar
A Selic hoje se encontra no menor patamar desde fevereiro de 2022, quando foi registrada a porcentagem de 9,25% ao ano. Antes das quedas seguidas, os juros estavam em 13,75% ao ano.

De dezembro de 2022 a junho de 2023, a taxa foi mantida em 13,65% (a.a.). De agosto de 2023 a março de 2024, os percentuais flutuaram entre 13,25% até 10,75%. De maio a julho estacionou em 10,50%.

Alta depois queda
Olhando para as projeções do consenso de mercado, do Boletim Focus, o mercado espera movimentos de alta da Selic neste ano, deixando a taxa em 11,25%, no fim de 2024.

Para o ano que vem, a expectativa é de 10,50% — isto é, fazendo a taxa retornar para o mesmo patamar da atualidade. Ou seja, aumenta para depois voltar a patamar menor, mas mesmo assim, muito alto.

Brasil: 2ª maior taxa juros reais do mundo
De acordo com Jason Vieira, economista e diretor da MoneYou, os primeiros colocados, no ranking global, têm combinação de alta taxa nominal de juros e projeções elevadas de inflação.

Ele cita o exemplo da Turquia, que tem taxa nominal de 50% ao ano, a mais elevada do mundo, mas descontada a inflação, projetada em 12 meses, o juro real fica em 4,65%, de acordo com o levantamento da MoneYou — o que deixa os turcos na quarta posição.

O México tem taxa de juros nominal de 11% — acima da brasileira, que segue em 10,50% ao ano —, mas com projeção menor de inflação. Dessa forma, o juro real é menor do que o brasileiro, de 6,79%.

Taxa Selic
É a sigla para Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, a Selic é a taxa básica de juros do Brasil — usada para balizar as operações de crédito no país.

Além de influenciar nas captações de empréstimos e financiamentos, também, é usada para controlar a inflação. Com impacto direto no cotidiano da população, é redefinida pelo Banco Central a cada 45 dias.

 

DIAP

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