A maternidade garante diversos direitos trabalhistas às grávidas, como estabilidade no emprego, licença-maternidade e intervalos para amamentação. Esses direitos protegem a saúde da mãe e do bebê.
A maternidade é um período significativo e transformador para qualquer mulher, e a legislação trabalhista brasileira estabelece uma série de direitos para garantir que a gestante tenha proteção adequada no ambiente de trabalho. Esses direitos visam assegurar que a mulher grávida tenha condições adequadas de saúde e segurança durante e após a gestação. É crucial entender esses direitos para que tanto empregadores quanto empregados possam garantir um ambiente de trabalho justo e seguro.
Proteção ao emprego durante a gravidez
A legislação brasileira oferece proteção especial para a mulher grávida, garantindo estabilidade no emprego. A partir do momento em que a gravidez é confirmada até cinco meses após o parto, a mulher não pode ser demitida sem justa causa. Se a demissão sem justa causa ocorrer durante esse período de estabilidade, a empresa deve reintegrar a funcionária ou pagar uma compensação equivalente ao tempo restante da estabilidade.
Essa proteção permite que a mulher se concentre em sua saúde e no cuidado com o recém-nascido sem a preocupação de perder o emprego. Mesmo que o empregador não estivesse ciente da gravidez no momento da demissão, a estabilidade é mantida desde que a confirmação da gravidez ocorra antes do desligamento.
Licença maternidade
A licença maternidade é um direito fundamental que garante à mulher um período de afastamento do trabalho de 120 dias. Durante esse tempo, o salário da funcionária é mantido pela previdência social. Para empresas que aderem ao Programa Empresa Cidadã, esse período pode ser estendido para 180 dias.
A licença pode começar a partir do oitavo mês de gestação ou logo após o parto. Em casos de adoção, o direito à licença também é garantido, com o mesmo período de afastamento para mães que adotam crianças com até 12 anos de idade.
Intervalos para amamentação
Após o retorno ao trabalho, a mulher tem direito a dois intervalos de 30 minutos cada para amamentar seu bebê. Esses períodos são concedidos até que o bebê complete seis meses de vida e não devem ser descontados do tempo de trabalho. Algumas empresas são obrigadas a fornecer locais apropriados para amamentação ou extração de leite, garantindo privacidade e condições adequadas para a mãe.
Alteração de função e condições de trabalho
Durante a gravidez, a mulher pode ter o direito de ser realocada para funções que não apresentem riscos para sua saúde ou a do bebê. Se a função atual envolver atividades perigosas, o empregador deve promover uma mudança para tarefas mais seguras sem diminuir o salário da funcionária. Além disso, o ambiente de trabalho deve ser seguro e adequado para a gestante, sem expô-la a condições prejudiciais.
Consultas e exames de pré-natal
A mulher grávida tem o direito de se ausentar do trabalho para realizar consultas e exames de pré-natal necessários para monitorar sua saúde e a do bebê, sem que esses períodos sejam descontados de seu salário ou banco de horas. A apresentação de comprovantes das consultas e exames garante que as ausências sejam justificadas.
Afastamento por condições insalubres
Se a mulher grávida trabalha em um ambiente insalubre, ela deve ser afastada dessas condições durante a gestação e o período de amamentação. A legislação garante que, caso não seja possível realocá-la para funções menos prejudiciais, a funcionária deve ser afastada temporariamente com remuneração integral. Isso visa proteger a saúde da gestante e do bebê.
Salário-maternidade
O salário-maternidade é um benefício pago pela previdência social durante a licença maternidade, assegurando que a mulher não sofra perdas financeiras enquanto está afastada do trabalho. O valor do benefício corresponde ao salário integral da funcionária e é concedido tanto para trabalhadoras com carteira assinada quanto para autônomas, desde que atendam aos requisitos de contribuição ao INSS.
Estabilidade em casos de adoção
As mães que adotam também têm direito à estabilidade no emprego e à licença maternidade. Assim como as gestantes, essas mães têm direito a 120 dias de licença e à proteção no emprego por cinco meses após o início da licença. Essa medida visa garantir que a mãe adotiva possa se dedicar ao novo membro da família sem a preocupação de perder seu emprego.
Assistência médica e psicológica
Além dos direitos trabalhistas, a mulher grávida deve ter acesso a assistência médica e psicológica durante a gestação e após o parto. O acompanhamento médico adequado é essencial para a saúde da mãe e do bebê. As empresas e os sistemas de saúde devem oferecer suporte para garantir que a gestante receba os cuidados necessários e suporte emocional durante essa fase.
Considerações finais
A legislação trabalhista brasileira oferece uma série de direitos para proteger a mulher grávida, garantindo desde a estabilidade no emprego até benefícios como licença maternidade e intervalos para amamentação. Compreender e respeitar esses direitos é fundamental para assegurar um ambiente de trabalho justo e seguro durante a maternidade.
Empregadores devem estar atentos às suas responsabilidades, garantindo a proteção e o bem-estar das funcionárias grávidas. Da mesma forma, as trabalhadoras devem conhecer seus direitos para garantir que sejam plenamente respeitados, permitindo que aproveitem o período de maternidade com segurança e tranquilidade.
Rodrigo Gonzalez
Sou especialista em direito de trânsito, cofundador da Doutor Multas, investidor e colunista, escrevo sobre temas relacionados ao trânsito, à mobilidade e à sustentabilidade.
MIGALHAS
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