A quinta-feira (12) é de “digestão” da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que não só subiu a Selic em 1 ponto percentual como sinalizou que mais dois aumentos dessa magnitude ainda deve acontecer. Agora, o mercado fica de olho na decisão monetária do Banco Central Europeu (BCE), que acontece às 10h15 de Brasília. Logo na sequência, há mais dados inflacionários dos Estados Unidos que também devem trazer pistas do futuro dos juros por lá, especialmente porque a próxima reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) acontece já na próxima semana. De quebra, os investidores ainda monitoram o estado de saúde do presidente Lula e os dados do varejo no Brasil.

Nesta quinta-feira (12), o IBGE divulga os dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) referente a outubro às 9h. Segundo a mediana das 21 projeções colhidas pelo Valor Data, as vendas no varejo restrito devem ter caído 0,2% em outubro ante setembro. O intervalo das estimativas vai de uma queda de 1,3% a um avanço de 0,5%.

O indicador é importante porque mostra o quanto a economia está aquecida e, portanto, o quanto isso pode trazer de pressões inflacionárias, que é a principal preocupação do Banco Central.

Ontem (11), inclusive, essa preocupação ficou tão latente que o Copom subiu a Selic a 12,25% ao ano em decisão unânime. E não parou por aí. O colegiado ainda indicou que nas próximas duas reuniões os aumentos devem ser na mesma dose, o que levaria os juros para 14,25% até o fim de março do ano que vem. O assunto deve repercutir ao longo do dia e trazer um certo otimismo, por indicar ao mercado que o Banco Central está seriamente comprometido com o combate à inflação.

Mas não é só a decisão monetária do Brasil que está no radar. O Banco Central Europeu divulga sua decisão às 10h15. As estimativas são de que a autoridade monetária deve reduzir os juros em 0,25 ponto percentual, mas há quem aposte em uma redução maior, de 0,50 ponto percentual. Meia hora depois da decisão, a presidente do BCE, Christine Lagarde, dá uma entrevista coletiva que também deve ser acompanhada pelo mercado.

E a agenda não para por aí. Às 10h30 de Brasília saem os dados do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos. Caso a inflação mostre sinais de arrefecimento, isso reforça a tese de que o Fed fará um novo corte na taxa de juros na reunião do dia 18.

Por fim, na agenda local, os investidores seguem acompanhando o estado de saúde do presidente Lula. Às 10h, o Hospital Sírio Libanês traz atualizações sobre o quadro após o presidente ser submetido a um novo procedimento cirúrgico para evitar sangramentos no cérebro.

VALOR INVESTE

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