Dado que procura antecipar tendência do mercado teve queda de 2,4%. 
Famílias esperam enfrentar mais dificuldades, segundo economista.

 

Indicadores da Fundação Getulio Vargas (FGV) que acompanham o mercado de trabalho mostram deterioração da oferta de vagas neste início de ano, após resultados positivos no fim de 2014.

 

O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), que procura antecipar a tendência do mercado, caiu 2,4% em janeiro, para 74,2 pontos, após avançar 2,0% em dezembro de 2014. O resultado coloca em dúvida a continuidade da recuperação esboçada a partir de outubro e sinaliza desaquecimento do mercado de trabalho para o começo de 2015, diz a FGV.

 

"A tendência positiva observada ao longo dos últimos três meses de 2014 mostra sinais de reversão, um movimento esperado, dada a perspectiva de continuidade da fase de crescimento lento da economia e dos ajustes macroeconômicos previstos para 2015. As famílias esperam enfrentar mais dificuldades em conseguir emprego nos próximos meses e empresários projetam um cenário pior para os negócios no primeiro semestre do ano", afirma Sarah Lima, economista da FGV/Ibre, em nota.

 

Dentre as variáveis que contribuíram para a queda do IAEmp este mês, destacaram-se os indicadores de tendência dos negócios das Sondagens da Indústria e de Serviços, que variaram -9,2% e -7,6%, respectivamente. A avaliação sobre a disponibilidade de emprego futuro dos consumidores também contribuiu, ao variar -5,8% na margem.

 

Já o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) da Fundação Getulio Vargas, por sua vez, avançou 4,8% em janeiro de 2015, atingindo 77,1 pontos – nível semelhante a março de 2010. O forte avanço do indicador contribui para a confirmação da tendência de piora no mercado de trabalho observado ao longo de 2014.

 

"A tendência negativa é confirmada mais uma vez. A percepção de piora, do ponto de vista do consumidor, é generalizada – embora as famílias classificadas nas faixas de renda mais altas tenham tido mais peso nesse resultado", afirma Sarah Lima.

 

O ICD é construído a partir de dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, do quesito da Sondagem do Consumidor que capta a percepção do entrevistado a respeito da situação presente do mercado de trabalho. Desse modo, o indicador capta puramente a percepção das famílias sobre o mercado de trabalho, sem refletir, por exemplo, a diminuição da procura de emprego motivada por desalento, observa a FGV.

 

Fonte: G1, 13 de fevereiro de 2015